Pular para o conteúdo principal

Alteração de posicionamento de segmento intestinal em um Lhasa Apso


Este Lhasa Apso de quatro anos recebeu indicação de realização de ultrassongrafia por que apresentava episódios eméticos esporádicos, porém crônicos, não acompanhados de diarréia, febre, inapetência ou hiporexia. Devidamente vacinado e vermifugado, este paciente é extramamente ansioso e ativo, vivendo como único animal de uma casa.

A primeira suspeita foi de se tratar de uma doença intestinal inflamatória, diagnóstico parcialmente confirmado por este exame, porém só confiável se acompanhado de uma biópsia das cinco camadas intestinais.

A doença intestinal inflamatória é normalmente idiopática e costuma manifestar os primeiros sintomas quando o paciente está em idade de jovem adulto (por volta de 5 anos), sendo comum em felinos e cães de pequeno e mini porte. A imagem ultrassográfica dessa patologia consiste da edemaciação da camada mucosa do intestino delgado e da hiperecogenicidade da mesma.  Em felinos, o principal diagnóstico diferencial é linfoma; daí a importância da realização da biópsia.

Neste caso, o peristaltismo excessivo causado pela irritação da mucosa pode ter causado um segmento intestinal a se dobrar sobre o outro. Essa situação é motivo de alerta pois pode levar à uma intussescepção ou mesmo uma aderência, o que causaria vômito, diarréia, desconforto abdominal e dor. Provavelmente essa imagem seja a explicação para os episódios de êmese apresentados pelo paciente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, sauda

Piometra de coto uterino - algumas apresentações

As imagens acima foram obtidas em exames ultrassonográficos diferentes de algumas pacientes da espécie canina; elas representam algumas formas de apresentação da afecção infecciosa de coto uterino. Note os tamanhos variados de coto, a quantidade e as ecogenicidade e ecotextura variadas.  Esse é um quadro mais comumente observado em paciente da espécie canina e normalmente os sinais aparecem poucos dias após a ovariosalpingohisterectomia (OSH). A explicação para esse acometimento para estar na frouxidão do miometro previamente dilatado pela gravidez, piometra ou cio, combinada ao excesso de tecido uterino deixado pelo cirurgião. A existência prévia de piometra não é um fator totalmente predisponente à formação de piometra de coto uterino, porém pode ser um agravante.

celularidade na bexiga urinária

Nessa foto podemos observar perfeitamente a bexiga urinária, muito cheia, formando um globo anecóico, ilustrando o que se chama de "bola de natal", pois a semelhança da imagem com o brinquedo é inegável. Os pontos hiperecóicos observados flutuando em meio ao líquido (anecóico) são os debris celulares ou pequenos cristais de oxalato ou estruvita ou até mesmo coágulos (a distinção de um ou outro é muito sutil, mas costumo dizer que os cristais são mais "brilhantes" em relação às outras possibilidades e os coágulos os mais hipoecóicos relativamente. Quando maiores, os cristais ou estruturas calcificadas causam a formação de sombra acústica). Para se obter essa imagem deve-se fazer a manobra de balotamente da bexiga, que consiste em posicionar o transdutor sobre a mesma fazendo movimentos rápidos de modo a chacoalhar o abdômen e consequentemente o conteúdo intravesical, levantando possíveis materiais sólidos.. Neste caso os cristais eram de estruvita, mais comu