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Mostrando postagens de junho, 2010

Corpo estranho linear em um felino

Gatos adoram brincar com objetos estranhos e parecem ter uma atração especial por fios. Essa paciente tem uma terrível mania de comer fio-dental. Em uma dessas peripécias, um pedaço ficou preso e resultou nessa imagem de plicatura intestinal. Tendo deixado de se alimentar, a gata foi encaminhada ao ultrassom e o que se observou foi um leve sanfonado da região inicial do duodeno, o que indica que o processo de plicatura do intestino estava apenas no início, o que pode resultar na salvação da porção efetada por não estar ainda necrosada.  A paciente foi encaminhada para o procedimento de remoção cirúrgica do corpo estranho.

Diferenças entre o baço de um cão e de um gato

Muitas vezes, por estar acostumado à rotina de cães ou de gatos, o médico veterinário ultrassonografista pode estranhar as diferenças entre as imagens dessas duas espécies. Como trabalho muito com felinos, estou acostumada a ver baços estreitos, bem hipoecóicos e muito juntos à parede abdominal. Nessas imagens, vemos a diferença entre um baço de um cão (primeira imagem) e de um gato (segunda imagem). 

Diversas alterações em vários órgãos abdominais de uma felina

Triste caso de uma paciente com avançado caso de neoplasia metastática muito agressiva. Tratava-se de um animal de idade média, não avançada ainda como muitas vezes se espera. Tenho observado, aliás, que os gatos domésticos apresentam um alto índice de neoplasias quando entre 2 e 8 anos de idade. Especula-se que a alimentação industrializada possa estar causando tais terríveis resultados. Essas imagens mostram alças intestinais severamente espessadas e com total ausência de motilidade, bem como massas provavelmente provenientes de linfonodos mesentéricos, uma enorme quantidade de líquido livre na cavidade abdominal com diversos debris e uma massa de origem renal ou um rim em completa e total deformidade.  Dias depois, a paciente foi a óbito, em casa, sem a autorização para a realização de necrópsia.

Espessamento intestinal em um cão macho adulto

As gastroenterites hemorrágicas podem atingir animais de diversas idades e terem como causa os mais variados agentes, ações, situações (...), não se restringindo apenas a animais muito jovens com sintomas de parvovirose e/ou cinomose. Este paciente de dois anos estava apresentando diárreia muco-sanguinolenta a aproximadamente três dias, sem perda de apetite e com grande emaciação. Ao posicionar o transdutor em sua parede abdominal, a imagem só mostrava alças intestinais. Alças intestinais por todos os ângulos e cortes. A medida das paredes estava significativamente acima do limite máximo e a motilidade intestinal bastante acelerada, com conteúdo pastoso, quase líquido. Era possível distinguir as diferentes camadas intestinais, o que acompanhado pelo início súbito dos sintomas e do fato do paciente ser um cão - espécie que dificilmente apresenta casos de neoplasia intestinal primária, como os felinos - praticamente descarta a possibilidade de se tratar de uma alteração neoplásica.

Embrião de aproximadamente 23 dias de uma cadela

Em uma gestação normal acima de 20 dias e com um pouco de paciência por parte do médico veterinário ultrassonografista, já é possível observar a formação do embrião e seu batimento cardíaco*. Em cães de grande porte, como era o caso dessa paciente - uma Dogue Alemão - a observação é bastante facilitada pelo tamanho da paciente.  Nessa imagem, além do embrião, podemos ver com clareza a placenta na parte inferior da bolsa fetal e a quantidade de líquido amniótico, parâmetros interessantes de serem observados quando se está avaliando uma gestação, já que são grandes indicativos de saúde embrionário e viabilidade do mesmo. Uma placenta saudável é claramente visível e espessada, enquanto que a quantidade de líquido amniótico deve ser equivalente ao tamanho da mãe e do embrião/feto, comparando-se a aproximadamente a três vezes o tamanho da vesícula biliar normalmente preenchida da gestante.  *Os batimentos cardíacos do feto devem ser aproximadamente o dobro dos da mãe. Níveis de BPM infer

Insuficiência renal crônica acompanhada de hidronefrose em um felino

Este paciente de 14 anos de idade apresentava deformidades faciais devido a um carcinoma espinocelular na região buco-nasal e já havia sido submetido a diversos procedimentos de criocirurgia para remoção de neoplasias no local. Nas vésperas de uma nova intervenção cirúrgica, os resultados dos exames de rotina para se certificar da capacidade renal do paciente para receber medicações anestésicas apontaram para um aumento da uréia e da creatinina séricas. Encaminhado para um exame ultrassonográfico, as imagens obtidas durante a avaliação mostraram rins severamente afetados em sua arquitetura, porém, sem aumento ou diminuição do tamanho. O esperado em casos de insuficiência renal crônica seria uma diminuição generalizada do tamanho dos rins, porém, nesse caso, o que foi observado foi um aumento concêntrico da camada cortical e a destruição dos cálices renais, o que ocasiona a imagem do rim esquerdo, totalmente hidronefrótica. A urina coletada por cistocentese guiada era bastante límpi