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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Glândula adrenal de um felino

Apesar da glândula adrenal não ser de muita expressividade na clínica de felinos, a quantidade de gordura intrabdominal normalmente maior do que a dos cães favorece a visualização de estruturas menores. Nessa imagem observamos a glândula adrenal esquerda de um paciente hígido. Para localizá-la devemos primeiramente posicionar o transdutor sobre o rim esquerdo, deixando em corte longitudinal na tela. Tendo feito isso, diminuimos a freqüência do aparelho e pressionamos o transdutor contra o abdômen do paciente, fazendo um movimento suave com o pulso, girando o probe em direção à coluna vertebral, mantendo a pressão. Nisso devemos visualizar na tela os dois grandes vasos, aorta e cava, sendo a aorta hiperecóica em relação à cava. Verifique a pulsação para certificar-se de que se trata da aorta. Sendo assim, alivie lenta e suavamente a pressão exercida com o transdutor e procure por uma estrutura semelhante à um haltere ou um amendoim com casca. A ecogenicidade é muito similar à da gord

neoplasia no fígado de um felino

Essa imagem é de um animal com hepatomegalia à palpação. O fígado sempre deve estar encerrado nos limites do gradil costal, porém no caso deste paciente, era possível palpar os lobos hepáticos muito abaixo; palpava-se também estruturas endurecidas próximas à vesícula biliar. Ao ultrassom observamos diversas estruturas circulares, com conteúdo anecóico, adjacentes à vesícula biliar. Nesses casos, especialmente em felinos que têm dilatação do ducto biliar devido à tríade é felina, é comum ficar em dúvida se o que estamos vendo na imagem é um ducto dilatado, um vaso ou uma formação patólogica. Para sanar isso de modo não invasivo, primeiramente devemos mover o transdutor em diversas direções, mantendo nossa atençao no formato que essas estruturas adquirem, observando se são cilíndricas, ovais, redondas ou císticas; depois escolhemos um corte e mantemos o transdutor sobre ele, tentando verificar se há pulsação ou circulação sangüínea (no caso dos aparelhos com doopler colorido). Isso no

camadas da parede do intestino delgado

Repare nessa imagem e compare-a com aquelas postadas anteriormente obtidas no exame ultrassongráfico. Tente identificar as diferentes camadas no ultrassom, lembrando-se de que o líquido é anecóico quando mistura verdadeira, por isso locais com maior circulação, como o músculo, tem uma ecogenicidade menos acentuada do que a serosa, que é menos vascularizada. A vantagem da ultrassonografia é poder também observar os movimentos peristálticos em tempo real, sendo isso muito importante até para diferenciar as alças em corte transversal de possíveis abscessos em linfonodo mesentérico.

anatomia ultrassonográfica do intestino delgado de um felino

Para localizar as alças intestinais recomenda-se primeiramente localizar a bexiga urinária com o transdutor, e então, seguir em direção cranial. Esse é o local que devemos encontrar as alças intestinais do intestino delgado. Esta porção do intestino não deve conter gases em seu interior e sim conteúdo líquido-pastoso, com alguns pontilhados de gás, não suficiente para causar sombreamento acústico. Caso contrário, devemos suspeitar fortemente de obstrução por corpo estranho, enterólito, intussucepção e outros. Nessas imagem temos dois cortes diferentes de alças intestinais da mesma paciente. Na primeira imagem o corte é transversal, de três alças intestinais. Repare no conteúdo levemente hiperecóico e na parede, composta de serosa, muscular, submucosa e mucosa; sendo a serosa hiperecóica, a muscular hipoecóica e a submucosa e mucosa levemente hiperecóicas, misturando-se ao conteúdo do lúmen, hiperecóico também. Essa visualização é mais fácil no corte longitudinal, na segunda imagem,

anatomia ultrassonográfica do baço

O baço é um órgão importante e nem sempre fácil de ser localizado. Em gatos ele se localiza no quadrante superior esquerdo do abdômen bem próximo à musculatura abdominal. Trata-se de uma imagem de ecogenicidade inferior à córtex renal, que segue do estômago até o local entre o rim esquerdo e a bexiga. No gato a mensuração do tamanho, apesar de não muito específica, deve ser feita no corpo do baço, no sentido ventro-dorsal, e não cranio-caudal como do cão. Neste caso a imagem é da cabeça do baço, que forma uma imagem semelhante à uma foice na tela do ultrassom. Essa é a aparência desejada, bem como a forma, a estrutura e a a localização: no triângulo entre a curvatura maior do estômago e a porção cranial do rim esquerdo. Para acompanhar o corpo do órgão em questão, deve seguir com o transdutor, sem pressioná-lo contra o abdômen do animal, em direção à bexiga. É importante sempre avaliarmos o órgão por inteiro, nos atentando especialmente à cápsula que o envolve e a ecogenicidade, j

cistite e doença renal crônica

Essa paciente é uma gata, idosa, que tem paraplesia dos membros inferiores. Como sua coluna vertebral foi seriamente afetada em um acidente, ela já não tem mais controle voluntário da micção, tendo perdido o tônus e a sensibilidade na bexiga urinária, portanto, sua bexiga tem que ser esvaziada manualmente pelo proprietário. Devido ao fato de reter urina por muito tempo dentro da bexiga, a paciente sofre de constantes cistites. A evidência ultrassonográfica dessa irritação intermitente da bexiga urinária é visível na imagem através do espessamento da parede que compõe esse órgão, tendo sido mensurada neste exame, justamente porque normalmente, numa bexiga distentida, sequer podemos ver a parede da mesma em camadas, como neste caso. No caso da imagem de um dos rins, observamos uma quase completa perda da arquitetura do órgão. Os cálices estão disformes, praticamente não há córtex e a ecogenicidade está seriamente afetada, encontrando-se muito mais hipoecóica do que a gordura intra-a

anatomia renal

Se vocês se perguntaram um pouco mais sobre os rins, nesta imagem temos todas as informações relevantes em uma ultrassonografia sobre ele. Olhando este e a imagem obtida no ultrassom, não fica tão difícil se localizar, especialmente quando damos atenção especial aos divertículos e à gordura acumulada na pelve (o que causa aqueles pontos hiperecóicos que observamos na imagem ultrassonográfica).

anatomia ultrassonográfica do rim de um felino

Esta foto, se pensarmos em termos de enfermidades e imagens de patologias, não tem nada de especial, porém, ao pensarmos no que esperamos ver em um animal saudável, ela se torna extremamente envolvente. Nela observamos o rim esquerdo em corte sagital (o rim esquerdo, aliás, é muito fácil de localizar em gatos, por isso sempre rende boas imagens praticamente didáticas, tanto do que é desejável quanto daquilo que não se gostaria de encontrar), facilitando a observação dos divertículos e da parte cortical e medular, além de uma pequena porção da pelve renal (pequenos pontos hiperecóicos onde os divertículos convergem). É importante lembrar que os felinos possuem os divertículos mais "dilatados" do que os canídeos, o que poderia causar certa estranheza em um médico acostumado com cães, pois neste caso sugereria dilatação e provável obstrução do ureter. Também nesta imagem vê-se porque realizar uma ultrassonografia num gato é mais agradável. A quantidade de gordura abdominal fa

anatomia gástrica

Para facilitar a compreensão da imagem anterior, podemos olhar esse desenho bem elucidativo de um estômago saudável. Nela podemos ver as camadas que formam este órgão; tendo a imagem em mente, visualiza-la igualmente na ultrassonografia torna-se muito mais fácil.

anatomia ultrassonográfica do estômago de um felino

Essa foto é linda e extremamente importante para o paciente. Muitos de nós acabsmos por negligenciar a importância de se avaliar o estômago, principalmente porque costuma ser frustante tentar identificar qualquer coisa em um órgão cheio de alimento e conteúdo gasoso e liquido. Mas observá-lo com cuidado pode ser um grande diferencial no diagnóstico de alguma enfermidade ainda no começo de seu desenvolvimento. A parede do estômago é composta de três camadas: a externa ou serosa, a do meio ou muscular e a interna ou mucosa. Neste imagem de ultrassom elas aparecem logo acima da palavra "estmag" (a letra O não funcionou), como uma linha torta hiperecóica, sendo a serosa; logo abaixo uma linha igualmente torta hipoecóica é a camada muscular e por fim, outra linha hiperecóica, a mucosa que reveste o lúmen estomacal. Quando um animal tem ulcerações frequentes na parede do estômago, esse exame pode nos ajudar a suspeitar de uma contaminação por Helicobacter sp., uma úlcera não-co

anatomia ultrassonográfica do fígado de um felino

Essa é a imagem de uma porção do fígado do paciente Nestor, um felino SRD macho de 6 anos de idade. O exame foi realizado devido a um achado bioquímico de aumento da ALT. O fígado estava perfeito (como vocês poderão observar em meu próximo post), e devo dizer que isso é um achado bastante comum entre os felinos domésticos; a ALT está aumentada, todos nos alardeamos, mas o exame clínico do paciente é normal e a imagem do fígado também, bem como dos outros órgãos abdominais, inclusive os rins. Isso é uma constatação pessoal, que talvez tenha uma explicação na quantidade de massa gorda do paciente, mas ainda não podemos ter certeza do por quê exato. O foco dessa imagem se deu na vesícula biliar e a qualidade não ficou exatamente perfeita pois o paciente mexeu-se muito durante o exame. O próprio miado forte fazia os músculos abdominais contrairem-se, tirando a imagem do ponto correto. Resolvi publica-la para demonstrar como nem sempre os felinos que apresentam ALT aumentada no exame l

celularidade na bexiga urinária

Nessa foto podemos observar perfeitamente a bexiga urinária, muito cheia, formando um globo anecóico, ilustrando o que se chama de "bola de natal", pois a semelhança da imagem com o brinquedo é inegável. Os pontos hiperecóicos observados flutuando em meio ao líquido (anecóico) são os debris celulares ou pequenos cristais de oxalato ou estruvita ou até mesmo coágulos (a distinção de um ou outro é muito sutil, mas costumo dizer que os cristais são mais "brilhantes" em relação às outras possibilidades e os coágulos os mais hipoecóicos relativamente. Quando maiores, os cristais ou estruturas calcificadas causam a formação de sombra acústica). Para se obter essa imagem deve-se fazer a manobra de balotamente da bexiga, que consiste em posicionar o transdutor sobre a mesma fazendo movimentos rápidos de modo a chacoalhar o abdômen e consequentemente o conteúdo intravesical, levantando possíveis materiais sólidos.. Neste caso os cristais eram de estruvita, mais comu