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Mostrando postagens de março, 2011

Visualização do pâncreas em um felino

O primeiro passo para se encontrar essa glândula que insiste em se esconder durante os exames de ultrassom é procurar o estômago. Tendo observado o estômago com clareza, deve-se deslizar o transdutor para a direita do paciente, sem pressão e tendo como guia o duodeno. Logo abaixo do duodeno, ver-se-á uma região de ecogenicidade similar à da gordura, por onde não passarão alças intestinais. Como um grande vazio. Essa é a região pancreática. Nesse imagem, com o brilho aumentado, vê-se o pâncreas com clareza, exatamente no local onde se lê "duodeno".

Possível corpo estranho em estômago de uma cadela

Apesar de comum em cães, corpos estranhos nem sempre são facilmente identificáveis. O histórico de ingestão de objetos e a idade do animal devem ser considerados todas as vezes em que o clínico levantar essa suspeita. Cães com mais de um ano e meio de idade, não costumam ingerir tudo o que vêem pela frente e a causa mais provável de processo obstrutivo é uma intussucepção, megacólon ou neoplasias abdominais.  O material do corpo estranho muitas vezes dificulta sua visualização, pois nem sempre se tem algo evidentemente hiperecóico ou produtor de sombra acústica como é de se esperar. Nesse caso, minha maior suspeita foi de que se tratesse de algo de pano, como uma camiseta, um pano de chão, uma roupa íntima (...).  Observe que esse material anormal produz uma obstrução que deixa muito líquido anterior a ele, tem ecogenicidade difusa como a encontrada em parênquimas ou paredes organulares e deixa pouco gás em sua superfície mais abdominal (paciente em decúbito dorsal).  Após a ciru

Diferenças de ecogenicidade do lobo hepático e da córtex renal

Se você trabalha com ultrassonografia de animais ou pretende trabalhar, é muito possível que já tenha ouvido falar da sigla " M y C at L oves S unny P laces". É um lembrete em inglês para que os ultrassonografistas saibam a relação de hiperecogenicidade e hipoecogenicidade entre os principais órgãos abdominais. Pegando a primeira letra de todas as palavras e partindo do mais hipoecóico para o mais hiperecóico temos: M edula renal, C órtex renal, L iver (fígado), S pleen (baço) e P róstata. Essa seria a relação normal de ecogenicidade entre os órgãos quando não há nenhuma alteração presente. É importante salientar que, para ter uma comparação fidedigna, o ganho total e os parciais devem permanecer os mesmos quando se circula de um õrgão para o outro, senão você pode criar uma falsa diferença. Os órgãos mais fáceis de se comparar são o fígado e o rim direito, já que estão fisicamente próximos e você incluí-los na mesma imagem, nem margem para erro. Na imagem acima é exatamen

Espessamento parietal de bexiga e alteração uterina em uma cadela

As alterações relacionadas com o trato reprodutivo são comumente encontradas em cadelas não-esterilizadas. Normalmente a paciente vem à clínica com a queixa dos proprietários de que está apresentando febre, apatia, hiporrexia ou anorexia e, muitas vezes, diarréia e vômito.  Sinais naturalmente inespecíficos até o momento em que o clínico pergunta sobre sua capacidade reprodutiva; ao receber do proprietário a resposta de que a paciente não passou por uma ovariohisterectomia, a primeira reação é palpar o abdômen inferior. Sentindo a sensibilidade da paciente, logo a encaminha para um exame de ultrassom, onde provavelmente a imagem que se verá será a acima: útero com conteúdo difuso e aparentemente purulento acompanhado de espessamento severo da camada de células transitórias da bexiga.  Nesse momento duas suspeitas devem passar pela cabeça do ultrassonografista, sendo a principal delas a piometra; em segundo lugar pensa-se em alguma alteração neoplásica. Como a bexiga urinária e o út

Diversas alterações císticas em fígado e rins de um gato

Essas imagens se mostraram bastante misteriosas, já que ainda não se sabe a causa ou a conseqüência dessas alterações. Posto-as aqui para que, quem sabe, possamos discutir o caso. 

Intussuscepção em um cão

A intussuscepção tanto pode ser a causa de manifestações gastrointestinais, quanto o sintoma. Esse termo se refere ao englobamento de um órgão por outro e normalmente envolve as alças intestinais. Casos de diarréia prolongada e peritonite podem levar a esse quadro; o primeiro por causa da intensa motilidade causada pela irritação da mucosa e o segundo porque há uma irritação da camada serosa. A intussuscepção pode ser inconstante, ou seja, aparecer e desaparecer. A solução é cirúrgica e normalmente envolve a retirada da porção alterada da alça intestinal, já que a manutenção prolongada dessa alteração leva à isquemia e à conseqüente necrose do segmento.  Observando as imagens pode-se compreender perfeitamente o conceito de englobamento de uma porção da alça intestinal pela outra. Normalmente sente-se uma enorme e rígida estrutura tubular no abdomen do paciente, que apresenta sinais clássicos de obstrução, dor à palpação e possivelmente, peritonite.