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Mostrando postagens de março, 2010

Alteração de posicionamento de segmento intestinal em um Lhasa Apso

Este Lhasa Apso de quatro anos recebeu indicação de realização de ultrassongrafia por que apresentava episódios eméticos esporádicos, porém crônicos, não acompanhados de diarréia, febre, inapetência ou hiporexia. Devidamente vacinado e vermifugado, este paciente é extramamente ansioso e ativo, vivendo como único animal de uma casa. A primeira suspeita foi de se tratar de uma doença intestinal inflamatória, diagnóstico parcialmente confirmado por este exame, porém só confiável se acompanhado de uma biópsia das cinco camadas intestinais. A doença intestinal inflamatória é normalmente idiopática e costuma manifestar os primeiros sintomas quando o paciente está em idade de jovem adulto (por volta de 5 anos), sendo comum em felinos e cães de pequeno e mini porte. A imagem ultrassográfica dessa patologia consiste da edemaciação da camada mucosa do intestino delgado e da hiperecogenicidade da mesma.  Em felinos, o principal diagnóstico diferencial é linfoma; daí a importância da realizaç

Linfoma intestinal em um felino

Linfomas são o tipo de neoplasia mais comumente encontrado na clínica de felinos. Dentre todas as variedades existentes, a que mais rotineiramente eu vejo nos exames ultrassonográficas é a intestinal. Neste caso a desconfiança de se tratar de um linfoma intestinal é alta, por dois motivos principais. O primeiro é que há um aumento significativo de todos os linfonodos mesentéricos (como observado na segunda figura) e o segundo, é que a camada da parede intestinal que está mais espessada é a submucosa. Quando se trata de doença intestinal inflamatória, a camada mais afetada é a própria mucosa, bem como nos casos de tríade felina, sem contar que nesse caso, a inflamação é restrita ao duodeno. Nos casos de neoplasia, dificilmente as camadas são distintas. Naturalmente, a única maneira de se ter certeza é com a biópsia, como foi feita nesse caso. O resultado do exame confirmou a suspeita de tratar-se de um linfoma e a paciente está sendo devidamente medicada. O por quê de eu ter pos

Lama biliar em um felino

A lama biliar pode aparecer tanto fisiologicamente quanto patologicamente. Fisiologicamente quando o animal está em jejum há mais de 12 horas e patologicamente quando há obstrução do canal biliar, tríade felina, pancreatite isolada ou hepatite, cirrose, lipidose. No caso dessa felina tratava-se de jejum prolongado, porém, a mesma veio a romper dias depois, o que é muito curioso, já que não havia sequer aumento significativo da vesícula biliar e/ou espessamento da parede que indicasse um processo mais crônico, muito menos uma calcificação significativa que pudesse ser agressiva à parede fina da vesícula. A vesícula biliar foi retirada junto com o lobo quadrado, mas o caso ainda permanece um mistério

Líquido livre na cavidade abdominal e vasodilatação hepática em um felino

Essa paciente havia sido submetida à cirurgia de retirada de lobo quadrado há três dias, devido à alterações encontradas durante a laparoscopia para biópsia intestinal (as imagens das alças intestinais estão no próximo post). Havia, durante a cirurgia, um líquido amarelado solto na cavidade abdominal, que advinha do rompimento da vesícula biliar. Curioso o fato da gata não apresentar sequer sinais de peritonite, o que talvez indique o fato do rompimento ter ocorrido há pouco tempo antes da intervenção cirúrgica. A indicação para o ultrassom veio para controle do processo de cicatrização hepática. Neste exame então, o que se observou foi uma intensa vascularização do parênquima hepático nas proximidades do lobo que foi retirado e da vesícula, que acabou sendo igualmente removida. Havia também líquido livre no abdômen, provavelmente em função de hipoalbuminemia e até da lavagem abdominal a que a paciente havia sido submetida há poucos dias.

Alterações prostáticas em diversos cães

  Ambos cães apresentados nessa postagem foram indicados ao exame ultrassonográfico por apresentarem tenesmo e polaquiúria. Além dessa sintomatologia, eram saudáveis, se alimentavam e não tinham histórico de doenças prévias. Nenhum apresentava aumento da temperatura retal e ambos tinham idade em torno de 7 anos. O diagnóstico prévio era de aumento prostático.  Nas primeiras imagens pode-se observar a dilatação da uretra provocada pela obstrução no seu curso natural.  O prognóstico para ambos os casos é favorável, já que macroscopicamente os indícios são de aumento benigno (hiperplasia benigna da próstata - HBP), já que não há heterogenicidades no parênquima, nem formato topográfico irregular. Quando trata-se de prostatite, é esperado um aumento da ecogenicidade da cápsula que reveste a glândula e até esferas anecóicas indicando abscessos. No caso de uma neoplasia, a imagem clássica é altamente irregular, com formato indefinido e parênquima heterogêneo, senão com trabeculações.  Nes