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Mostrando postagens com o rótulo ecogenicidade

Princípios básicos da ecografia

  A ultrassonografia é uma modalidade de exame dentro do chamado “diagnóstico por imagem”. Assim como os exames laboratoriais, os exames de imagem são aqueles que auxiliam o clínico generalista a obter um diagnóstico mais preciso. Muitas vezes a anamnese levanta na cabeça do clínico suspeitas e os métodos de auxílio ao diagnóstico o ajudam a afunilar as chances e por isso fornecer ao paciente um tratamento mais preciso e uma possibilidade de resolução mais acurada ou de um prognóstico mais certeiro.  A emissão de ondas sonoras norteia a ultrassonografia. A maior parte de nós tem a capacidade de ouvir sons como vozes, músicas, barulhos… e conhecemos muito bem esse funcionamento. Sabemos que conforme nos afastamos da fonte do som, este fica mais fraco e conforme aumentamos ou diminuímos o volume, temos alteração na percepção do barulho. Sabemos também que barreiras entre a gente e a fonte do som também interferem no que ouvimos. Ao lembrar das aulas de física do ensino médio, ta...

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, s...

Diferenças de ecogenicidade do lobo hepático e da córtex renal

Se você trabalha com ultrassonografia de animais ou pretende trabalhar, é muito possível que já tenha ouvido falar da sigla " M y C at L oves S unny P laces". É um lembrete em inglês para que os ultrassonografistas saibam a relação de hiperecogenicidade e hipoecogenicidade entre os principais órgãos abdominais. Pegando a primeira letra de todas as palavras e partindo do mais hipoecóico para o mais hiperecóico temos: M edula renal, C órtex renal, L iver (fígado), S pleen (baço) e P róstata. Essa seria a relação normal de ecogenicidade entre os órgãos quando não há nenhuma alteração presente. É importante salientar que, para ter uma comparação fidedigna, o ganho total e os parciais devem permanecer os mesmos quando se circula de um õrgão para o outro, senão você pode criar uma falsa diferença. Os órgãos mais fáceis de se comparar são o fígado e o rim direito, já que estão fisicamente próximos e você incluí-los na mesma imagem, nem margem para erro. Na imagem acima é exatamen...

Espessamento e hiperecogenicidade parietal da vesícula biliar de um gato

A vesícula biliar é mais facilmente localizada com o animal em decúbito dorsal, com o probe posicionado na região caudal da cartilagem xifóide, de preferência no momento da inspiração. Logo após a alimentação, ela tende a estar quase totalmente vazia, o que pode dificultar sua visualização e se tornar um parâmetro para uma possível obstrução biliar além das alterações nos exames laboratoriais.  Aqui, vemos uma alteração parietal indicativa de inflamação, já que temos um aumento da ecogenicidade e da espessura da parede. Vários diagnósticos diferenciais cabem nesse quadro, dentre eles a hipoecogenicidade do parênquima hepático devido ao aumento da circulação no órgão (o que indicaria também um processo inflamatório agudo), que causaria uma impressão de aumento da ecogenicidade da parede da vesícula biliar (lembrar de comparar o parênquima hepático ao córtex renal, que devem ser muito parecidos); a inflamação da vesícula biliar; o acúmulo de sedimentos vesicais; uma neoplasia de v...

Ultrassonografia de massas subcutâneas em um cão e um gato

Cada vez mais a ultrassonografia veterinária vem sendo utilizada para avaliar outras partes do corpo do animal além do abdômen. Algumas das possibilidades são a ultrassonografia do globo ocular e a de tecido subcutâneo, incluindo glândulas mamárias e linfonodos. Em ambas as imagens podemos ver estruturas de origem desconhecida, possivelmente benignas. Ambas parecem possuir conteúdo líquido em seu interior e se localizam em meio à gordura subcutânea em diferentes regiões abdominais. A primeira imagem é de um cão e a segunda de um gato. Podemos ver pequenas similariedades entre elas, mesmo sendo as espécies diferentes. Infelizmente nenhum dos casos foi avaliado laboratorialmente, porém, ambas as estruturas não sofreram alteração de tamanho, localização ou forma, sendo avaliadas cuidadosamente a cada 6 meses. Essas características indicam benignidade, assim como o fato de se tratarem de formações císticas e não pedunculadas, como podemos confirmar através da ultrassonografia.  ...

Cistos renais subcapsulares em um felino

As raças de cães foram rigorosamente selecionadas ao longo de séculos para servir e agradar ao ser-humano. Os gatos também sofreram algumas modificações em nome, especialmente, da estética, já que sua função principal era e ainda é a de caçar pequenos inquilinos indesejáveis que insistem em adentrar em nossos lares e locais de armazenamento de comida.  Com funções menos específicas que as dos cães, alguns gatos foram fisicamente escolhidos para se reproduzir devido às suas características físicas um tanto bizarras como a braquicefalia extrema do Persas, a hipotricose dos Sphynx, as pernas curtas e varas do Munchkin, a polidactilia dos felinos criados por Ernest Hemmingway em sua propriedade (hoje considerados parte viva do museu em homenagem ao escritor inglês), dentre outras. Felizes com os resultados de suas criações genéticas, pouco se sabia que certas características físicas curiosas trazem consigo predisposições a doenças crônicas e incuráveis, como é o caso da doença renal...

Sinais ultrassonográficos clássicos de tríade felina

A tríade felina é uma síndrome que afeta principalmente três órgãos; o fígado, o duodeno e o pâncreas. Normalmente ocorre por estresse considerado extremo para os pacientes como a morte de um ente querido ou a ausência prolongada por proprietário. O que vemos nessas imagens são alterações clássicas da tríade: a diminuição da ecogenicidade do parênquima hepático e o consequente aumento da ecogenicidade dos ductos hepáticos (normalmente não visíveis), o aumento da ecogenicidade das camadas mucosa e serosa do duodeno e o aumento da ecogenicidade da região pancreática. Acredita-se que a inflamação comece em algum dos õrgãos envolvidos e por contato direto entre eles, a condição acabe se elastrando.  A inflamação aguda em órgãos parenquimatosos e bem vascularizados como o fígado e o baço ocasiona uma diminuição da ecogenicidade devido ao aumento do aporte sanguíneo. Como o sangue é um líquido comum perante o ultrassom, assim como a urina e o ...

Ausência de alterações renais típicas em um paciente renal crônico

Muitas vezes as imagens não condizem com nossas expectativas em relação ao quadro clínico ou aos exames laboratoriais de um paciente. Esse felino é portador de doença renal crônica previamente diagnosticada e foi encaminhado para a ultrassonografia por questões de controle, já que a proprietária iria mudar-se de cidade e precisaria de um check-up de seus gatos antes da viagem. O esperado em casos de doença renal crônica (DRC) é encontrar rins diminuídos de tamanho, com alterações na arquitetura interna e muitas vezes alterações no formato geral. Diminuição da ecogenicidade de forma generalizada é outro sinal característico, assim como a pequena ou ausência de diferenciação córtico-medular. Interessante foi observar que este paciente não apresentou nenhuma das alterações esperadas, mesmo sendo clinicamente perceptíveis os efeitos da doença renal; reforçando a necessidade da combinação de exames auxiliares ao diagnóstico clínico para chegar-se a uma conclusão mais exata e precisa. ...

anatomia ultrassonográfica do baço

O baço é um órgão importante e nem sempre fácil de ser localizado. Em gatos ele se localiza no quadrante superior esquerdo do abdômen bem próximo à musculatura abdominal. Trata-se de uma imagem de ecogenicidade inferior à córtex renal, que segue do estômago até o local entre o rim esquerdo e a bexiga. No gato a mensuração do tamanho, apesar de não muito específica, deve ser feita no corpo do baço, no sentido ventro-dorsal, e não cranio-caudal como do cão. Neste caso a imagem é da cabeça do baço, que forma uma imagem semelhante à uma foice na tela do ultrassom. Essa é a aparência desejada, bem como a forma, a estrutura e a a localização: no triângulo entre a curvatura maior do estômago e a porção cranial do rim esquerdo. Para acompanhar o corpo do órgão em questão, deve seguir com o transdutor, sem pressioná-lo contra o abdômen do animal, em direção à bexiga. É importante sempre avaliarmos o órgão por inteiro, nos atentando especialmente à cápsula que o envolve e a ecogenicidade, j...