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Mostrando postagens com o rótulo diferencial

Líquido livre em cavidade abdominal

Muitas vezes o ultrassonografista se depara com líquido livre abdominal. Normalmente este é um motivo de grande preocupação clínica, pois pode representar várias afecções diferentes, inclusive as de ordem sistêmica. Quando observado em cães, pode-se pensar em neoplasia abdominal, hipoproteinemia, peritonite, perfuração de órgãos quando há suspeita de corpo estranho, rompimento de bexiga, vasos ou órgãos parenquimatosos altamente irrigados como fígado e baço, afecções cardíacas, shunt portohepático, dentre outros. Em gatos, as suspeitas recaem comumente em peritonite infecciosa felina (PIF), mas também podem representar as mesmas alterações dos cães.  Gatos e cães altamente parasitados por ecto e endoparasitas cronicamente podem apresentar hipoproteinemia. Uma centese ecoguiada desse líquido pode ser muito importante para o diagnóstico diferencial. Para isso, basta posicionar o paciente cooperativo em decúbito dorsal, encontrar a linha alba com o transduto...

Cirptorquidia: onde procurar o(s) testículo(s) remanescente(s)

A criptorquidia decorre ausência de exposição correta dos testículos, podendo acometer apenas um deles ou ambos, devido ao estreitamento idiopático do canal inguinal.  Quando no útero materno, os testículos dos fetos de cães e gatos do sexo masculino localizam-se dentro da cavidade abdominal dos mesmos. Pensando anatomica e fisiologicamente, os testículos são o substituto masculino dos ovários, apresentando funções proporcionalmente similares e localizações intra-abdominais igualmente parecidas.  Tendo em mente a anatomia, recomendo começar posicionando seu transdutor com o apontador cranial, na linha alba, ventral à bexiga urinária. Visualizando a bexiga, corra o transdutor caudalmente em direção à próstata para então começar a virar seu pulso com o pobre para a esquerda e a direita, suavemente. É muito comum encontrar o testículo nessas regiões laterais à próstata. A estrutura observada será muito parecida à esta da imagem; ovalada, parênquimatosa e mais pro...

A próstata em um cão jovem criptorquida

Observe o tamanho da próstata e a localização da uretra no interior da mesma. Esse paciente é um cão jovem, sem raça definida que apresenta criptorquidia completa, o que induz a uma provável deficiência de testosterona sérica, causando tamanho pouco avantajado dessa glândula do aparelho reprodutor masculino.  Mesmo não havendo uma indicação direta, é sempre interessante observar a próstata dos cães machos, uma vez que alterações nessa glândula são sutis e pouco diagnosticadas.  

Alterações em parede de bexiga de diversas pacientes

Aparentemente as fêmeas dos mamíferos têm mais tendência em desenvolver cistite, que muitas vezes pode evoluir para processos crônicos ou até serem de origem idiopática, como a cistite intersticial crônica. A cistite é comumente caracterizada pelo espessamento difuso da parede da vesícula urinária, e pode ser mais evidente na região cranioventral. Como a parede deste órgão é composta de três camadas (mucosa, submucosa e muscular, no sentido que vai do lúmen à porção mais externa), a mais afetada é a porção interna, ou seja, a mucosa, que se torna rugosa mesmo quando distendida por conteúdo interno. Alguns casos de cronicidade severa e verdadeiramente prolongada causam mineralização da parede, porém este sinal é pouco observado. Não se pode diferenciar macroscopicamente a cistite da neoplasia de células transitórias, já que ambas causam alterações muito parecidas, inclusive irregularidade e ulceração da mucosa. Pólipos podem estar presente tanto na cistite polipói...

Diferenças de ecogenicidade do lobo hepático e da córtex renal

Se você trabalha com ultrassonografia de animais ou pretende trabalhar, é muito possível que já tenha ouvido falar da sigla " M y C at L oves S unny P laces". É um lembrete em inglês para que os ultrassonografistas saibam a relação de hiperecogenicidade e hipoecogenicidade entre os principais órgãos abdominais. Pegando a primeira letra de todas as palavras e partindo do mais hipoecóico para o mais hiperecóico temos: M edula renal, C órtex renal, L iver (fígado), S pleen (baço) e P róstata. Essa seria a relação normal de ecogenicidade entre os órgãos quando não há nenhuma alteração presente. É importante salientar que, para ter uma comparação fidedigna, o ganho total e os parciais devem permanecer os mesmos quando se circula de um õrgão para o outro, senão você pode criar uma falsa diferença. Os órgãos mais fáceis de se comparar são o fígado e o rim direito, já que estão fisicamente próximos e você incluí-los na mesma imagem, nem margem para erro. Na imagem acima é exatamen...

Ultrassonografia de massas subcutâneas em um cão e um gato

Cada vez mais a ultrassonografia veterinária vem sendo utilizada para avaliar outras partes do corpo do animal além do abdômen. Algumas das possibilidades são a ultrassonografia do globo ocular e a de tecido subcutâneo, incluindo glândulas mamárias e linfonodos. Em ambas as imagens podemos ver estruturas de origem desconhecida, possivelmente benignas. Ambas parecem possuir conteúdo líquido em seu interior e se localizam em meio à gordura subcutânea em diferentes regiões abdominais. A primeira imagem é de um cão e a segunda de um gato. Podemos ver pequenas similariedades entre elas, mesmo sendo as espécies diferentes. Infelizmente nenhum dos casos foi avaliado laboratorialmente, porém, ambas as estruturas não sofreram alteração de tamanho, localização ou forma, sendo avaliadas cuidadosamente a cada 6 meses. Essas características indicam benignidade, assim como o fato de se tratarem de formações císticas e não pedunculadas, como podemos confirmar através da ultrassonografia.  ...

Suspeita de corpo estranho obstrutivo em um cão

Quando vemos um filhote canino apático, com diárreia e vômito, logo pensamos em viroses como a parvovirose e a cinomose. Esquecemos, porém, de considerar a possibilidade de corpo estranho, já que animais jovens da espécie canina costumam ingerir tudo que vêem.  Essas imagens mostram a severa dilatação de alguns segmentos intestinais, especialmente se comparadas às alças normais na mesma imagem. Essa dilatação é provocada pelas fezes, que durante a imagem animada ficam revolvendo no mesmo lugar, causando um turbilhão bastante característico de processo obstrutivo.  Mesmo tendo a suspeita de corpo estranho, é sempre importante verificar se realmente não há contaminação viral, já que muitas vezes as imagens são similares, uma vez que o excesso de motilidade devido à destruição das criptas intestinais pode ocasionar um volvulo e simular uma obstrução. Infelizmente não há como ter certeza absoluta, por isso é importante avaliar o histórico e junta-lo à sintomatologia.  ...