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Mostrando postagens com o rótulo bexiga

Diabetes mellitus: alterações sonográficas

A diabetes mellitus é uma doença caracterizada pelo aumento sérico de glicose ocasionado por duas situações distintas: a falta de produção de insulina pelo pâncreas ou a resistência periférica à insulina. Normalmente a falta de produção de insulina é desencadeada pela auto-destruição das células beta e caracteriza a diabetes do tipo I por estar associada a doenças auto-imunes. Já a resistência à insulina ou até a produção insuficiente de insulina (insuficiente para o consumo exagerado de glicose - pouco comum em pacientes veterinários) são características da diabetes do tipo 2.  Devido a eventos metabólicos associados à alta glicemia, o fígado do paciente diabético pode se tornar lipidótico, consequentemente hiperecóico e aumentado de tamanho. As duas figuras ilustram um fígado normal (primeira figura de cima para baixo) e um fígado lipidótico (segunda figura) para que a comparação possa ser feita, uma vez que a ecogenicidade de um órgão é bastante relativa aos ajuste...

Sonda uretral em um gato

Proprietário relata anúria. Paciente da espécie felina, sexo masculino.  A principal suspeita é obstrução uretral, muitas vezes causada por sedimentos acumulados no local, formando o "plug". Os sedimentos urinários em felinos podem ter diversas origens, sendo as principais a mudança de pH urinário devido à alimentação e à idade do paciente, a pirexia crônica e a presença de cálculos de grande porte, tanto de estruvita quanto de oxalato. Este paciente já havia sido atendido e sondado, por isso podemos observar a sonda neste exame. Abaixo observa-se a causa provável deste quadro neste paciente: coágulos em grande quantidade e de grande porte são vistos nessa imagem (diferencia-se coágulo de cálculo ao visualizar sombra acústica no segundo).

Líquido livre em cavidade abdominal

Muitas vezes o ultrassonografista se depara com líquido livre abdominal. Normalmente este é um motivo de grande preocupação clínica, pois pode representar várias afecções diferentes, inclusive as de ordem sistêmica. Quando observado em cães, pode-se pensar em neoplasia abdominal, hipoproteinemia, peritonite, perfuração de órgãos quando há suspeita de corpo estranho, rompimento de bexiga, vasos ou órgãos parenquimatosos altamente irrigados como fígado e baço, afecções cardíacas, shunt portohepático, dentre outros. Em gatos, as suspeitas recaem comumente em peritonite infecciosa felina (PIF), mas também podem representar as mesmas alterações dos cães.  Gatos e cães altamente parasitados por ecto e endoparasitas cronicamente podem apresentar hipoproteinemia. Uma centese ecoguiada desse líquido pode ser muito importante para o diagnóstico diferencial. Para isso, basta posicionar o paciente cooperativo em decúbito dorsal, encontrar a linha alba com o transduto...

Alterações em parede de bexiga de diversas pacientes

Aparentemente as fêmeas dos mamíferos têm mais tendência em desenvolver cistite, que muitas vezes pode evoluir para processos crônicos ou até serem de origem idiopática, como a cistite intersticial crônica. A cistite é comumente caracterizada pelo espessamento difuso da parede da vesícula urinária, e pode ser mais evidente na região cranioventral. Como a parede deste órgão é composta de três camadas (mucosa, submucosa e muscular, no sentido que vai do lúmen à porção mais externa), a mais afetada é a porção interna, ou seja, a mucosa, que se torna rugosa mesmo quando distendida por conteúdo interno. Alguns casos de cronicidade severa e verdadeiramente prolongada causam mineralização da parede, porém este sinal é pouco observado. Não se pode diferenciar macroscopicamente a cistite da neoplasia de células transitórias, já que ambas causam alterações muito parecidas, inclusive irregularidade e ulceração da mucosa. Pólipos podem estar presente tanto na cistite polipói...

Espessamento parietal de bexiga e alteração uterina em uma cadela

As alterações relacionadas com o trato reprodutivo são comumente encontradas em cadelas não-esterilizadas. Normalmente a paciente vem à clínica com a queixa dos proprietários de que está apresentando febre, apatia, hiporrexia ou anorexia e, muitas vezes, diarréia e vômito.  Sinais naturalmente inespecíficos até o momento em que o clínico pergunta sobre sua capacidade reprodutiva; ao receber do proprietário a resposta de que a paciente não passou por uma ovariohisterectomia, a primeira reação é palpar o abdômen inferior. Sentindo a sensibilidade da paciente, logo a encaminha para um exame de ultrassom, onde provavelmente a imagem que se verá será a acima: útero com conteúdo difuso e aparentemente purulento acompanhado de espessamento severo da camada de células transitórias da bexiga.  Nesse momento duas suspeitas devem passar pela cabeça do ultrassonografista, sendo a principal delas a piometra; em segundo lugar pensa-se em alguma alteração neoplásica. Como a bexiga urinár...

Sedimentos em bexiga urinária de dois gatos

Enquanto a maioria das ultrassonografias realizadas em pacientes da espécie canina parece envolver o sistema reprodutor e o gastrointestinal, aquelas realizadas em gatos freqüentemente envolvem queixas e achados relativos ao sistema urinário, ao sistema intestinal e ao fígado. Sabendo disso, a bexiga urinária de um felino sempre deve ser avaliada com cuidado e a manobra de balotamento torna-se indispensável para um bom diagnóstico.  As imagens mostram a bexiga de dois gatos após o balotamento, por isso podemos ver diversas estruturas hiperecóicas flutuantes no líquido hipoecóico. O próximo passo deve ser a coleta da urina - preferencialmente por cistocentese para diminuir a contaminação - a fim de se enviar a amostra para análise laboratorial e  determinar se os sedimentos são de estruvita ou oxalato de cálcio, bem como se não há contaminação bacteriana da urina devido a uma possível lesão crônica da parede vesical.