Pular para o conteúdo principal

Cálculos renais e calcificação renal em um felino


Essa paciente possuia um histórico de glomerulonefrite tratada há aproximadamente um mês e estava clinicamente estável. O exame ultrassonográfico foi indicado para controle e verificação da condição atual dos rins. 

As imagens mostraram sinais típicos de insuficiência renal crônica, com diminuição generalizada do tamanho dos rins, perda do formato externo ideal e ausência ou pouca definição córtico-medular. Também observou-se a presença de calcificação da pelve renal no rim direito e cálculos no rim esquerdo. A calcificação pode ser advinda da ocorrência prévia de glomerulonefrite, devido à lesão causada por essa doença. A formação de um cálculo verdadeiro, como no rim esquerdo, pode ser conseqüência da própria calcificação que evoluiu.

Comentários

  1. Olá Fernanda, recentemente venho acompanhando seu blog e gosto muito dos artigos que tem postado. Gostaria de tirar uma dúvida, como vc diferencia o cálculo renal da calcificação renal?

    Abraço
    Thiago Apel

    ResponderExcluir
  2. Olá Thiago,
    Obrigada por seu comentário e por acompanhar o blog.

    A calcificação renal ou nefrocalcinose normalmente aumenta a ecogenicidade cortical e pode causar uma margem hiperecóica na junção córtico-medular, porém o sombreamento acústico é variável; ou seja, pode ou não estar presente.

    Os cálculos renais são distintos
    (não uma "linha" ou um "risco" como a nefrocalcinose), muito hiperecóicos e sempre produzem sombra acústica.

    A gordura pélvica, por sua vez, é menos hiperecóica e definitivamente não produz sombra acústica; está presente na pelve renal e é particularmente evidente em felinos. É ela que torna essa região dos rins hiperecóica quando comparada à camada cortical e à medular.

    Espero ter esclarecido suas dúvidas. Continue visitando e comentando.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  3. Olá Fernanda, sou médica veterinária e gostaria de saber se no curso de ultrassom você encontrou dificuldades de enchergar as alterações, pois tenho vontade de realizar o curso,mas tenho receio, penso que deve ser muito difícil. Aguardo.

    ResponderExcluir
  4. oi "anônima", eu senti muita dificuldade no começo sim, mas sempre acaba sendo uma questão de prática e costume. tenha paciência consigo mesma, estude, compare, converse e troque idéias com colegas que, se esse for seu interesse e talento, você será muito feliz no diagnóstico por imagem!
    abraços e boa sorte!

    ResponderExcluir
  5. Olá Fernanda ! Parabéns pelo blog! Sou médico Veterinário e trabalho também com ultrassonografia, tenho uma paciente que pelos meus conhecimentos apresenta imagem renal de pielonefrite crônica, mas as vezes tenho reparado aqui que as infecções do trato urinário nem sempre vem acompanhada de leucocitose em hemograma e isso gera uma polêmica entre a imagem e o pensamento do clínico que as vezes só trata o animal com antibióticos quando tem leucocitose. O que vc acha disto e se vc tiver em seus arquivos uma imagem de pielonefrite crônica posta pra gente! Abraço!

    ResponderExcluir
  6. ola alexandre! pelo que você me descreve das imagens, posso imaginar que a pielonefrite crônica seja representada por aumento da ecogenicidade e da espessura da camada cortical, acompanhada ou não aumento da ecogenicidade da linha divisória entre medula e córtex renais. essas imagens, além de caracterizarem pielonefrite, também podem sugerir intoxicação renal, insuficiência renal aguda (o que normalmente só se mantém por uma semana), PIF e linfoma renal. na clínica em que trabalho eventualmente, onde se atende só felinos, é muito comum observar casos de PIF e/ou linfoma renal (que daí pode vir acompanhado de FelV). dá para tentar uma aspiração por agulha fina da camada cortical, com o paciente sob sedação/anestesia se muito agressivo ou inquieto. a PIF não causa leucocitose em muitos casos, e nem sempre é possível observar líquido livre no ultrassom. farei uma postagem com algum caso confirmado de pielonefrite para que se possa comparar, mas considere a possibilidade de se tratar de PIF ou linfoma renal mesmo.
    obrigada! abraço!

    ResponderExcluir
  7. Olá Fernanda, meus parabéns pelo blog. Venho te acompanhando a algum tempo e amadurecendo a migraçāo para o diagnóstico por imagem. Ainda estou procurando um bom aparelho e que caiba no meu orçamento. Estou de olho no mindray 4900, parece ser bom. Li alguns comentários que a Dra fez a respeito. Com certeza esse aparelho tem suas limitações, mas com a sua experiência você acha que seria uma boa idéia compralo? Um amigo que ja trabalha com imagem me falou que se eu quizer ver linfonodos ou adrenal eu posso esquecer porque não vou conseguir. Quais seriam as limitações desse aparelho? Vc sugere algum outro que seja parecido?
    Abraços.

    ResponderExcluir
  8. Olá Edmundo,
    Obrigada por visitar o blog, acompanhar e comentar!
    Gosto muito dos aparelhos da Mindray, creio que grande parte deles tem um ótimo custo-benefício. Particularmente acho a tela do 4900 muito pequena e isso pode ser bastante limitador para seu trabalho. Fique atento às possibilidades de frequência oferecidas pelos transdutores, isso é muito importante. Idealmente, procure por uma entrada para dois, de maneira que na amplitude total você consiga ir de pelo menos 5.0 mHz até 10.0 mHz se o objetivo principal for avaliar cães e gatos e seus órgãos abdominais e subcutâneos. Quanto aos linfonodos e adrenal, se a imagem do aparelho for muito granulada, realmente você terá trabalho, se conseguir visualizar. Veja se é possível mexer no ganho e na profundidade no próprio software. Sempre é legal que você possa testar antes de comprar para ter certeza de que se adapta ao aparelho e aos transdutores. O meu é um Mindray 3330-DP Vet gosto dele e não me custou os olhos da cara quando o comprei em 2008 - quem sabe valha a pena entrar no site bolsaus.com.br; eles têm vários aparelhos semi-novos com preços interessantes; chegando em um que lhe agrade, procure na internet por vídeos da imagem se não for possível testá-lo ao vivo. Tenha em mente que o aparelho é 50% do trabalho, os outros 50% serão totalmente dependentes da sua capacidade, estudo, paciência e calma. Espero que você se anime cada dia mais com a imaginologia e que tenha muito sucesso nessa área!
    Abraços,

    ResponderExcluir
  9. Olá Fernanda muito obrigado pela força, esta me ajudando bastante. Eu estava olhando a configuração do Mindray 3300 e do 4900, ambos tem a tela de 10 polegadas e as configurações são muito parecidas, só não sei em relação aos transdutores.O 4900 que estou visando vai me sair por 18,900(produto zero)e com dois transdutores. Eu posso comprar um aparelho humano e usar em pequenos animais(cão e gato)? Em relação a cursos de ultrassom voltado para pequenos animais. Qual vc indicaria? Ou seria melhor fazer uma especialização?
    Da uma olha e veja o que acha dos recursos do 4900.

    RECURSOS:

    - Formador de feixe digital
    - Dois conectores de transdutor
    - Função de múltiplos idiomas: inglês, francês, alemão, italiano, russo, português, espanhol e chinês
    - Pacote com vários softwares de reprodução para: cães, gatos, eqüinos, bovinos e ovinos
    - Transdutores Multifrequenciais: até 6 freqüências dependendo do transdutor
    - Freqüência máxima de até 10 MHz
    - TSI (Imagens Específicas de Tecido)
    - THI (Imagem Harmônica de Tecido) dependendo do transdutor
    - Até 1500 frame cine loop memory
    - 8 curvas de TGC
    - Modos de imagem: B, 2B, 4B, M, B/M
    - 400M de capacidade de armazenamento de imagens
    - Monitor não entrelaçado de 10″
    - Alimentação: 100~240VA

    CONFIGURAÇÕES PADRÃO INCLUINDO OS RECURSOS:

    - Unidade principal DP-4900Vet
    - Monitor não integrado de 10″
    - Dois conectores de transdutor
    - Duas portas USB
    - Teclado iluminado

    OPCIONAL:

    - Transdutor eletrônico convexo: 35C50EB (2,0/3,5/H 4,6/ 5,0/H 6,0MHz)
    - Transdutor eletrônico micro-convexo: 65C15EA (5,0/6,5/7,5/8,5MHz)
    - Transdutor eletrônico transretal linear: 75L50EAV (5,0/7,5/8,5/10MHz)
    - Transdutor de matriz linear eletrônico: 75L38EB (5,0/7,5/8,5/10MHz)
    - Suportes guiados por agulha
    - DICOM 3.0
    - Bolsa de mão.

    Mais uma vez agradeço a atenção e espero em breve postar comentários sobre as suas imagem.
    Abraços

    ResponderExcluir
  10. Edmundo, me parece que a adquirir este aparelho você estará mesmo fazendo um bom negócio! Quanto a usar aparelhos humanos em animais, é possível sim, a única atenção é quanto à frequencia - normalmente muito baixa naqueles humanos - e ao software - particularmente não dou muita atenção a ele, mas ajuda na idade gestacional, pre-set de exame abdominal, gestacional (...).
    Já em relação aos cursos, ouvi dizer que a Equallis oferece um à distância. Quem sabe valha testar para adquirir mais confiança e precisão de diagnóstico. Na época eu fiz um na UFPR, mas hoje soube que ele não existe mais. Sei que em SP existe uma especialização, mas não tenho referências dela.
    Boa sorte! Mantenha-me informada!

    ResponderExcluir
  11. Ola gostei da blog e das respostas tua pra perguntas dos amigos eleitores do blog,,,não sou veterinario mas tenho uma cachorrinha muito querida por mim...A pergunta é calcificação renal gera insuficiencia renal? Ou melhor calcificação renal já é o inicio de uma insuficiencia?

    ResponderExcluir
  12. olá anônimo! obrigada pelo seu comentário e visita!
    a calcificação renal é um processo natural do envelhecimento e nem sempre causa doença renal. naturalmente, quando o animal fica idoso, é importante fazer um acompanhamento clínico pelo menos anual para tentar prevenir possíveis doenças. o cálculo renal ou nefrolitíase, que é diferente da calcificação renal, em compensação, pode causar insuficiência renal dependendo da sua localização. ele indica que há mudança de pH urinário, que pode advir da própria idade e/ou da alimentação inadequada. como se trata de uma "pedrinha" que fica instalada no rim, ela pode facilitar a contaminação bacteriana e a instalação de colônias que podem causar infecções graves.
    se a sua cadelinha tem mais de 8 anos ou apresenta qualquer sinal de doença renal (xixi sanguinolento, xixi muito diluído, xixi excessivamente concentrado, dificuldade para urinar, faz xixi em gotinhas, tem dor abdominal "alta"...), recomendo que leve-a em um veterinário de sua confiança para a realização de um check-up. mesmo que ela ainda seja jovem e não apresente nenhum sinal de doença é interessante fazer um acompanhamento clínico pelo menos junto com as vacinações.
    abraços,

    ResponderExcluir
  13. Olá, Dra Fernanda!!
    Gostaria de uma orientação pois tenho dúvida quanto a que marca de aparelho adquirir... Estou em dúvida entre o Mindray Z6 e SonoAce R3 (Medison Samsumg)... Você teria alguma preferência entre esses 2? Qual o modelo de Mindray você utiliza para produzir essas belas imagens? Desde já agredeço sua orientação e parabéns pelo Blog maravilhoso... Um abraço,
    Jaqueline (Rio de Janeiro/RJ)

    ResponderExcluir
  14. oi jaqueline! obrigada por seu contato e comentário! eu tenho um mindray dp 3300-vet. ele é bem mediano, mas serve para o propósito. se eu pudesse escolher como vc, eu veria qual tem mais recursos em relação ao preço. é importante considerar o sistema operacional e as frequências dos transdutores. creio que o sonoace seja mais interessante... :)
    um grande abraço e boa sorte!

    ResponderExcluir
  15. b. noite Fernanda, pde me ajudar? para que servem aquelas portas usb do 3300 vet ? liguei no computador e nada, liguei no pendrive e nada, tentei verificr a configuração do aparelho mas ele não reconhece nenhum drive c . pode me ajudar? grato Daniel salvador.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que esquisito Daniel... As portas deveriam ser, em quase todos os aparelho que conheço, para você conectar o pendrive/memory stick a fim de gravar suas imagens ultrassonográficos. Se não está funcionando para nada, eu achava melhor você procurar uma assistência técnica ou o próprio revendedor para ver se não tem um problema de hardware.

      Me mantenha informada! Boa sorte!

      Abraços,

      Excluir
  16. Oi Fernanda espero que você me responda, seu blog é muito bom!
    Tenho uma cachorrinha e ela está com problemas renais, primeiramente suspeitamos da insuficiência pois a ureia deu muito alta, porém com quatro litros de soro baixou muito e a veterinária suspeitou de calculo! Fizemos o ultra-som e deu que ela está com calcificação nos dois rins, só que eu não entendi muito bem a gravidade do problema e não entendi a diferença entre cálculo renal. Gostaria de saber o que fazer no tratamento, pois minha cachorrinha não tem apetite e nem tem muita sede, não bebe muita água, estou muito preocupada por que as plaquetas dela estão muito baixas! Espero de verdade que você me responda! Obrigada!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Luana,

      Obrigada pela participação aqui no blog.

      Se ficou diagnosticada a doença renal crônica com base nos exames de uréia e creatinina, o tratamento deve ser de suporte, com fluidoterapia e medicações que ajudem na perfusão renal.
      O médico veterinário clínico que acompanha o caso saberá lhe dar orientações sobre como proceder daqui por diante.

      Abraços e boa sorte!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, sauda

Piometra de coto uterino - algumas apresentações

As imagens acima foram obtidas em exames ultrassonográficos diferentes de algumas pacientes da espécie canina; elas representam algumas formas de apresentação da afecção infecciosa de coto uterino. Note os tamanhos variados de coto, a quantidade e as ecogenicidade e ecotextura variadas.  Esse é um quadro mais comumente observado em paciente da espécie canina e normalmente os sinais aparecem poucos dias após a ovariosalpingohisterectomia (OSH). A explicação para esse acometimento para estar na frouxidão do miometro previamente dilatado pela gravidez, piometra ou cio, combinada ao excesso de tecido uterino deixado pelo cirurgião. A existência prévia de piometra não é um fator totalmente predisponente à formação de piometra de coto uterino, porém pode ser um agravante.

celularidade na bexiga urinária

Nessa foto podemos observar perfeitamente a bexiga urinária, muito cheia, formando um globo anecóico, ilustrando o que se chama de "bola de natal", pois a semelhança da imagem com o brinquedo é inegável. Os pontos hiperecóicos observados flutuando em meio ao líquido (anecóico) são os debris celulares ou pequenos cristais de oxalato ou estruvita ou até mesmo coágulos (a distinção de um ou outro é muito sutil, mas costumo dizer que os cristais são mais "brilhantes" em relação às outras possibilidades e os coágulos os mais hipoecóicos relativamente. Quando maiores, os cristais ou estruturas calcificadas causam a formação de sombra acústica). Para se obter essa imagem deve-se fazer a manobra de balotamente da bexiga, que consiste em posicionar o transdutor sobre a mesma fazendo movimentos rápidos de modo a chacoalhar o abdômen e consequentemente o conteúdo intravesical, levantando possíveis materiais sólidos.. Neste caso os cristais eram de estruvita, mais comu