Pular para o conteúdo principal

Hidronefrose severa em ambos os rins de um felino


Essas imagens vieram de um paciente com apenas dois anos de idade, diagnosticado clinicamente como insuficiente renal crônico. Seu histórico era um pouco obscuro, porém, os exames laboratoriais de análise sangüínea e urinária eram claros quanto à uma grave alteração no funcionamento renal.

O que se observou durante o exame de ultrassonografia foram rins com alterações típicas de hidronefrose. Tamanho geral anatômico, porém perda da arquitetura interna, aumento severo da pelve, estreitamento da camada cortical, deformação do formato externo fisiológico. A hidronefrose pode ter várias causas, dentre as principais estão a obstrução do(s) ureter(es) e a insuficiência/falência renal. No primeiro caso, a hidronefrose deve-se ao próprio processo obstrutivo, que impede a eliminação da urina para a bexiga; no caso de insuficiência/falência renal, o funcionamento dos rins está comprometido ou até nulo, por isso, o acúmulo de líquido - muitas vezes não filtrado - acaba por se formar.

Quando um animal está sob fluidoterapia intensa, espera-se um aumento da pelve renal, porém, este paciente recebia fluido subcutâneo duas vezes ao dia, não justificando tal quadro. A mera dilatação pélvica não provoca alterações estruturais tão graves quanto as observadas nesse caso.

Posteriormente constatou-se que o paciente também era portador de insuficiência cardíaca, o que provavelmente era a causa base de sua insuficiência renal.

Comentários

  1. Olá, acho que uma das imagens mais bonitas da US são os rins, também pela facilidade de reconhecimento dessa estrutura, um abraço.

    ResponderExcluir
  2. Oi Nando,
    Obrigada por sua visita e por comentar um dos posts. Realmente acho os rins lindíssimos e muito fáceis de reconhecer! Creio que vários ultrassonografistas e leigos partilham dessa mesma opinião!
    Abraços,

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, s...

Doenças inflamatórias intestinais

As doenças inflamatórias intestinais podem advir de uma combinação imprecisa entre meio ambiente, genética e imunologia.  Algumas possuem origem auto-imune e podem inclusive ser a manifestação de clínica de outras doenças de origem semelhante como o lúpus.  Para um diagnóstico preciso é imprescindível combinar avaliação clínica com diagnósticos complementares como ecografia abdominal, exame de fezes e de sangue.  Muitos pacientes apresentam quadros de diarreia crônica que oscilam grandemente de gravidade, por isso é necessária determinação das principais áreas acometidas do sistema gastrointestinal visto que as DIIs podem envolver um ou todos os segmentos do trato.  Na ultrassonografia é comum observar espessamento parietal com manutenção da estratificação e um possível maior envolvimento das camadas mucosa e submucosa. Linfonodos abdominais ou mesentericos podem apresentar aumento de tamanho com padrão inflamatório e a parede intestinal pode mostrar sinais visuais d...

Piometra de coto uterino - algumas apresentações

As imagens acima foram obtidas em exames ultrassonográficos diferentes de algumas pacientes da espécie canina; elas representam algumas formas de apresentação da afecção infecciosa de coto uterino. Note os tamanhos variados de coto, a quantidade e as ecogenicidade e ecotextura variadas.  Esse é um quadro mais comumente observado em paciente da espécie canina e normalmente os sinais aparecem poucos dias após a ovariosalpingohisterectomia (OSH). A explicação para esse acometimento para estar na frouxidão do miometro previamente dilatado pela gravidez, piometra ou cio, combinada ao excesso de tecido uterino deixado pelo cirurgião. A existência prévia de piometra não é um fator totalmente predisponente à formação de piometra de coto uterino, porém pode ser um agravante.