Pular para o conteúdo principal

Suspeita de corpo estranho obstrutivo em um cão






Quando vemos um filhote canino apático, com diárreia e vômito, logo pensamos em viroses como a parvovirose e a cinomose. Esquecemos, porém, de considerar a possibilidade de corpo estranho, já que animais jovens da espécie canina costumam ingerir tudo que vêem. 

Essas imagens mostram a severa dilatação de alguns segmentos intestinais, especialmente se comparadas às alças normais na mesma imagem. Essa dilatação é provocada pelas fezes, que durante a imagem animada ficam revolvendo no mesmo lugar, causando um turbilhão bastante característico de processo obstrutivo. 

Mesmo tendo a suspeita de corpo estranho, é sempre importante verificar se realmente não há contaminação viral, já que muitas vezes as imagens são similares, uma vez que o excesso de motilidade devido à destruição das criptas intestinais pode ocasionar um volvulo e simular uma obstrução. Infelizmente não há como ter certeza absoluta, por isso é importante avaliar o histórico e junta-lo à sintomatologia. 

Após o procedimentos cirúrgico, nesse caso, comprovou-se a presença de uma bola de borracha dentro da porção final do intestino. Ela não havia aparecido sequer na radiografia não-contrastada.

Comentários

  1. Olá, boa tarde.

    Gostaria de saber se, quando se suspeita de ingestão de corpo estranho (osso de galinha) estando o mesmo envolto por fezes, se é possível a sua visualização? se ele aparecerar hiperecogenico, se formará sombra acústica??

    Grato, Mateus

    ResponderExcluir
  2. olá mateus!

    obrigada pela visita. espero que retorne mais vezes e com mais dúvidas :D

    elaborei a resposta à essa dúvida e a enviei por e-mail para você.

    repito aqui que dependendo do tamanho e da quantidade de fezes e PRINCIPALMENTE gases envolvida durante o exame os fragmentos ósseos podem confundir-se com gases. por isso, seria interessante o uso de dimeticona, a paciência e o cuidado durante o exame (quem sabe até com sedação do animal se este for muito agitado).

    acho mais recomendável a realização de um exame de raio-x nesse caso pois há uma suspeita concreta de ingestão de um corpo estranho radioluscente.

    abraços!

    ResponderExcluir
  3. Oi...
    Gostaria de saber no caso de uma intussuscepção a visualização da imagem poderia ser semelhante a deste caso ?
    Obrigada

    ResponderExcluir
  4. Olá Gisele,
    A imagem da intussucepção pode sim ser parecida com essa, especialmente porque a intussucepção normalmente causa uma obstrução; porém, a imagem em "alvo" é a mais característica do caso que você quer saber.
    Em breve postarei uma bem clara de intussucepção e você poderá fazer a comparação.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  5. Há formação de sombra acústica no caso de intussucepção

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ivan,

      A sombra acústica se forma devido ao impedimento da passagem do som por alguma estrutura ou objeto composto de material denso. Logo, a intussuscepção não deve, por si só, produzir sombreamento acústico posterior.

      Obrigada oela participação!

      Abraços

      Excluir
    2. Como faço para mostra uma imagem de um caso clínico que tenho

      Excluir
    3. Por favor envie no meu e-mail

      fernanda.vet@hotmail.com

      Obrigada.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, sauda

Piometra de coto uterino - algumas apresentações

As imagens acima foram obtidas em exames ultrassonográficos diferentes de algumas pacientes da espécie canina; elas representam algumas formas de apresentação da afecção infecciosa de coto uterino. Note os tamanhos variados de coto, a quantidade e as ecogenicidade e ecotextura variadas.  Esse é um quadro mais comumente observado em paciente da espécie canina e normalmente os sinais aparecem poucos dias após a ovariosalpingohisterectomia (OSH). A explicação para esse acometimento para estar na frouxidão do miometro previamente dilatado pela gravidez, piometra ou cio, combinada ao excesso de tecido uterino deixado pelo cirurgião. A existência prévia de piometra não é um fator totalmente predisponente à formação de piometra de coto uterino, porém pode ser um agravante.

celularidade na bexiga urinária

Nessa foto podemos observar perfeitamente a bexiga urinária, muito cheia, formando um globo anecóico, ilustrando o que se chama de "bola de natal", pois a semelhança da imagem com o brinquedo é inegável. Os pontos hiperecóicos observados flutuando em meio ao líquido (anecóico) são os debris celulares ou pequenos cristais de oxalato ou estruvita ou até mesmo coágulos (a distinção de um ou outro é muito sutil, mas costumo dizer que os cristais são mais "brilhantes" em relação às outras possibilidades e os coágulos os mais hipoecóicos relativamente. Quando maiores, os cristais ou estruturas calcificadas causam a formação de sombra acústica). Para se obter essa imagem deve-se fazer a manobra de balotamente da bexiga, que consiste em posicionar o transdutor sobre a mesma fazendo movimentos rápidos de modo a chacoalhar o abdômen e consequentemente o conteúdo intravesical, levantando possíveis materiais sólidos.. Neste caso os cristais eram de estruvita, mais comu