Pular para o conteúdo principal

QUIZ: Qual é o seu diagnóstico?





Espécie: Canina
Raça: Yorkshire
Gênero: Masculino
Idade: aproximadamente 8 anos

Histórico recente: Paciente obeso com dificuldade respiratória posicional. Histórico prévio de diversos quadros de pancreatite aguda. Alimentação mista de ração e comida de consumo humano. 

Anamnese: Intensa dor epigástrica à palpação. 

Imaginologia: Região pancreática hipoecóica; intensa dilatação de ducto pancreático; hipeecogenicidade peritoneal adjacente aos pâncreas; hepatomegalia discretamente heterogênea e de ecotextura grosseira; vesícula biliar preenchida por conteúdo anecóico e hiperecóico de consistência ecográfica cremosa; parede vesical de contorno indefinido; áreas parenquimais hiperecóicas ao redor dos vasos hileares esplênicos. 

Qual é o seu diagnóstico?

Comentários

  1. Dra Fernanda estou iniciando agora os meus ultrassons, me tira uma dúvida, na imagem 1, há hiperecogenicidade na cápsula do fígado???

    ResponderExcluir
  2. Oi Dra Fernanda!!

    Seria uma pancreatite crônica + hepatite? Por ingestão de comida muito gordurosa? Neoplasia pancreática?
    E a glicemia dele? Estava normal?
    As áreas hiperecóicas ao redor dos vasos hilares seria uma alteração da idade?

    Bjo Cristiane

    ResponderExcluir
  3. OI Fernanda !
    Minha colega veterinária, acompanho o seu blog e fico muito feliz em ver pessoas como você, fazendo um trabalho sério. Parabéns !
    Em relação às imagens acima, este animal apresentou no exame aumento de bilirrubina, está com icterícia ? Acho que pode estar com obstrução no ducto colédoco pois o ducto pancreático se encontrava dilatado ! Para mim é sugestivo de Colecistite ou Colangiohepatite, não podendo esquecer da Lama Biliar.
    Abraços.

    ResponderExcluir
  4. Pancreatite devido a obstrução do ducto biliar comum?

    ResponderExcluir
  5. Gente, obrigada pelos comentários e sugestões até agora. Ainda não é a hora de revelar a resposta, mas resolvi escrever para esclarecer que na época da ultrassonografia eu ainda não tinha tido acesso a nenhum resultados de exame de sangue, por isso manterei o suspense! :)

    ResponderExcluir
  6. Fernanda, boa noite!
    Tenho uma dúvida sobre glândulas adrenais de animais sadios, gostaria de saber o valor de referência em relação ao tamanho de uma adrenal normal. Tenho conhecimento que a adrenal direita é menor que a esquerda. Em algumas literaturas relatam que a esquerda apresenta 3 a 16 mm de diâmetro máximo e 10 a 50 mm de comprimento e a direita varia entre 3 e 14 mm de diâmetro máximo e 10 e 39 mm de comprimento. Outras literaturas dizem, de valor médio de 7,3 mm apenas. Gostaria de saber sua opinião.
    Abraços.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Gilmara,

      Obrigada por seus comentários carinhosos e pertinentes!

      A medida das adrenais é um tanto subjetiva mesmo, visto que a variedade de tamanho dos pacientes, especialmente caninos, é grande. Eu gosto de usar mentalmente as medidas que você mencionou antes do valor médio, mas o bom-senso e proporção são definitivamente mais importantes.
      Recentemente li que o maior indicativo de alteração adrenal é a perda do formato clássico das glândulas ou alteração na homogeneidade do parênquima ou na ecogenicidade das adjacências.

      Espero ter ajudado!

      Abraços,

      Excluir
  7. RESPOSTA:

    Pancreatite necrosante.

    Essas alterações parietais localizadas neste paciente são típicas desse caso, pois a necrose atinge também a parede da vesícula biliar provavelmente devido à ascensão de enzimas pancreáticas através do ducto biliar comum, visto que este e o ducto pancreático desembocam ao lado um do outro no lúmen do duodeno (no caso dos gatos, ambos os ductos se fundem ainda fora do duodeno e desembocam no mesmo local no lúmen duodenal). A etiopatogenia da pancreatite ainda não é bem esclarecida, mas é conhecimento comum clínico que está associada à ingestão de comida gordurosa ou não-habitual.
    Infelizmente o paciente demonstrado neste quiz foi a óbito no mesmo dia deste exame.

    Obrigada a todos que participaram arriscando respostas!

    ResponderExcluir
  8. Boa tarde, pode-me informar qual a frequência em MHz de sonda ideal para ecografia de abdómen de cão e gato (rim/útero/ovários/fígado).
    Obrigado

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Sara,

      Obrigada pela participação.

      A frequência depende diretamente da distância do transdutor e da estrutura que você quer visualizar. Por exemplo, um gato pequeno (mais ou menos 3kg de peso) com suspeita de cálculo renal pode ter seu rim muito bem avaliado utilizando-se uma frequência de 10MHz; um cão de grande porte (aproximadamente 50kg de peso) já necessita de um ajuste frequencial de 3,5MHz em média. Ou seja, não existe uma única frequência ideal, mas sim um ajuste conforme sua necessidade de momento, por isso normalmente o ultrassonografista utiliza dois ou mais transdutores durante um único exame.

      Resumindo: maior distância, menor frequência. Menor distância, maior frequência.

      Apenas lembre-se que assim como nas ondas de rádio, o ultrassom de maior frequência te dá menos alcance, mas maior qualidade, já a frequência menor te dá mais alcance, mas menor qualidade de imagem.

      Espero ter esclarecido.

      Abraços,

      Excluir
  9. fechou o diagnóstico após necrópsia?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente, anônimo. Infelizmente este cão faleceu algumas horas após a avaliação ultrassonográfica.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, sauda

Piometra de coto uterino - algumas apresentações

As imagens acima foram obtidas em exames ultrassonográficos diferentes de algumas pacientes da espécie canina; elas representam algumas formas de apresentação da afecção infecciosa de coto uterino. Note os tamanhos variados de coto, a quantidade e as ecogenicidade e ecotextura variadas.  Esse é um quadro mais comumente observado em paciente da espécie canina e normalmente os sinais aparecem poucos dias após a ovariosalpingohisterectomia (OSH). A explicação para esse acometimento para estar na frouxidão do miometro previamente dilatado pela gravidez, piometra ou cio, combinada ao excesso de tecido uterino deixado pelo cirurgião. A existência prévia de piometra não é um fator totalmente predisponente à formação de piometra de coto uterino, porém pode ser um agravante.

celularidade na bexiga urinária

Nessa foto podemos observar perfeitamente a bexiga urinária, muito cheia, formando um globo anecóico, ilustrando o que se chama de "bola de natal", pois a semelhança da imagem com o brinquedo é inegável. Os pontos hiperecóicos observados flutuando em meio ao líquido (anecóico) são os debris celulares ou pequenos cristais de oxalato ou estruvita ou até mesmo coágulos (a distinção de um ou outro é muito sutil, mas costumo dizer que os cristais são mais "brilhantes" em relação às outras possibilidades e os coágulos os mais hipoecóicos relativamente. Quando maiores, os cristais ou estruturas calcificadas causam a formação de sombra acústica). Para se obter essa imagem deve-se fazer a manobra de balotamente da bexiga, que consiste em posicionar o transdutor sobre a mesma fazendo movimentos rápidos de modo a chacoalhar o abdômen e consequentemente o conteúdo intravesical, levantando possíveis materiais sólidos.. Neste caso os cristais eram de estruvita, mais comu