Pular para o conteúdo principal

Índice de resistividade

O índice de resistividade refere-se à resistência física que a parede vascular exerce no fluxo sangüíneo. Seu cálculo é feito com a seguinte fórmula: pico diastólico-vale diastólico/pico diastólico, valores obtidos através do Doppler ultrassonográfico. 

Na medicina humana a avaliação do índice de resistividade (IR) da vascularização renal tem se mostrado uma ferramenta útil para o prognóstico e até diagnóstico mais preciso de doenças como nefropatia(s) aguda(s) ou falência renal aguda, obstrução do trato urinário superior ou inferior, nefropatias intrínsecas do parênquima, doenças vasculares locais e neoplasias primárias (TUBLIN et al, 2003; NEWELL et al, 1999; POLLARD et al, 1999; NYLAND et al, 1993; POZNIAK et al, 1988).

O IR inferior a 0,70 é considerado normal para as artérias interlobares ou segmentais e para as arqueadas (localizadas na junção entre os estratos cortical e medular). Uma maior resistência vascular pode resultar em diminuição do fluxo diastólico e aumento relativo do pico sistólico, tornando mais alto o valor do IR como pode-se observar na imagem que ilustra essa publicação (NYLAND et al, 2002).

Este aumento do IR em casos de nefropatias crônicas previamente detectadas através da combinação conhecida de exame ultrassonográfico e bioquímico pode indicar maior fibrose tecidual e por conseqüência resulta em um prognóstico reservado. 


Referências:
NEWELL et al. Scintigraphic, sonographix and histologic evaluation of renal autotransplantation in cats. Am J Vet Res, 60:775-779. 1999.
NYLAND et al. Diagnosis of urinary tract obstruction in dogs using duplex Doppler ultrasonography. Vet Radiol Ultrasound, 34:348-352, 1993.
NYLAND et al. Small Animal Diagnostic Ultrasound. Saunders, 2002.
POLLARD et al. Ultrasonographic evaluation of renal autografts in normal cats. Vet Radiol Ultrasound, 40:380-385, 1999
POZNIAK et al. Extraneous factors affecting resistive index. Invest Radiol, 23: 889904, 1988
TUBLIN, M., BUDE, R.O. & PLATT, J.F. The resistive index in renal Doppler sonography: Where do we stand?. Am J of Roentg, 180:885-892, 2003.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, s...

Doenças inflamatórias intestinais

As doenças inflamatórias intestinais podem advir de uma combinação imprecisa entre meio ambiente, genética e imunologia.  Algumas possuem origem auto-imune e podem inclusive ser a manifestação de clínica de outras doenças de origem semelhante como o lúpus.  Para um diagnóstico preciso é imprescindível combinar avaliação clínica com diagnósticos complementares como ecografia abdominal, exame de fezes e de sangue.  Muitos pacientes apresentam quadros de diarreia crônica que oscilam grandemente de gravidade, por isso é necessária determinação das principais áreas acometidas do sistema gastrointestinal visto que as DIIs podem envolver um ou todos os segmentos do trato.  Na ultrassonografia é comum observar espessamento parietal com manutenção da estratificação e um possível maior envolvimento das camadas mucosa e submucosa. Linfonodos abdominais ou mesentericos podem apresentar aumento de tamanho com padrão inflamatório e a parede intestinal pode mostrar sinais visuais d...

Fisiopatologia

Fisiopatologia, do grego  phýsis+o+gr páthos+gr lógos+ia, o estudo das funções fisiológicas durante a doença ou das modificações dessas funções que permite a instalação de uma doença física.  Durante a graduação ouvimos muitas vezes o jargão “a clínica é soberana!” Se a clínica é soberana - e é! - então a fisiologia é divina. Conhecendo os mecanismos que levam à doenca (ou à saúde) é mais fácil compreender a cadeia de acontecimentos que leva à alteração que estamos observando na imagem da ultrassonografia.  O organismo funciona como um grande quebra-cabeças. Completo forma uma imagem linda; danifique ou tire uma peça e tenha uma imagem alterada, torta, incompleta.  Por isso sempre avaliamos um paciente por inteiro. Primeiro o visual, a conversa com o tutor ou pai/mãe, a “conversa” com o paciente (levante a mão o veterinário ou a veterinária que troca infinitas ideias com seus bichinhos), a avaliação física e depois os exames.  É aí que tudo começa a se lig...