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Cirrose

Cirrhosis

Rodolfo is a beloved boxer who started to lose weight. Lose a lot of weight. His appetite was languishing every day. The human responsible for his care tried to feed him several times with various kinds of food. When she could get him to swallow, the vomit came, putting everything out.

Contradictorily, Rodolfo's belly began to grow large and flaccid.

It was time to have an ultrasound. On July 5 we did the first exam. The belly had an enormous amount of free abdominal fluid that was accompanied by intense peritonitis. His liver was apparently intact, and the fluid collected via centesis came up clear, transparent, odorless and colorless.

All suggested that he may be a cardiopath, so he was sent to do echocardiography exactly ten days after the first examination. Along with a minor change in the heart right's valve, the clinician noticed that something was strange in the liver and we returned, twelve days after the fifth of July, for a second evaluation.

Rodolfo was even thinner, even more irresponsible to the environment.

Free fluid had diminished, and peritonitis had also, but now his liver parenchyma had turned into a dry, fibrous, diminished-sized tissue with irregular borders and widespread involvement.

The diagnosis of liver disease is quite intricate. It involves clinical combinations with blood, ultrasound and biopsy tests. Neoplasms do not usually invade the entire organ, but rather are more focal. Diffuse changes such as those of Rodolfo are generally associated with infiltrative diseases and in this specific case may suggest liver cirrhosis.

The future if Rodolfo is still uncertain. Probably now he will come many more times to the vet (or he will not last much longer not feeding properly).


Often we need to repeat exams in a short human time, however this time on canine or feline days may be too long.

If you wish to see the images related to this case, go to facebook.com/UltrassomVeterinario and check the july 18th post. If you prefere IG, go to @ultrassom.veterinario and check this and other stuff. 

Cirrose
Rodolfo é um boxer muito querido que começou a emagrecer. Emagrecer muito. Seu apetite foi definhando a cada dia. A humana responsável pelos seus cuidados tentou alimenta-lo diversas vezes com vários tipos de comidinhas. Quando conseguia fazer com que ele engolisse, o vômito vinha logo na sequência, colocando tudo para fora. 

Contraditoriamente, a barriga de Rodolfo começou a ficar grande e flácida. 

Era hora de fazer um ultrassom. Dia cinco de julho fizemos o primeiro exame. O barrigão era uma enorme quantidade de líquido livre abdominal que vinha acompanhado de uma intensa peritonite. Seu fígado aparentemente era intacto e o líquido coletado via centese ecoguiada veio límpido, transparente, inodoro e incolor. 

Tudo indicava que talvez ele fosse cardiopata, por isso foi encaminhado para fazer ecocardiografia exatamente dez dias depois do primeiro exame. Junto com uma pequena alteração em válvula cardíaca, a profissional notou que algo estava estranho no fígado e voltamos, doze dias depois do dia cinco de julho, para uma segunda avaliação. 

Rodolfo estava ainda mais magro, ainda mais irresponsivo ao ambiente. 

O líquido livre havia diminuído, a peritonite também, porém agora seu parênquima hepático havia virado um tecido seco, fibrosado, diminuído de tamanho, de bordas irregulares e acometimento generalizado. 

O diagnóstico das doenças hepáticas é bastante intrincado. Envolve combinações de clínica com exames de sangue, ultrassom e biópsia. Neoplasias não costumam invadir todo o órgão, mas sim serem mais focais. Alterações difusas como as de Rodolfo são geralmente associadas à doenças infiltrativas e neste caso específico, podem sugerir cirrose hepática. 

O futuro se Rodolfo ainda é incerto. Provavelmente agora ele virá outras muitas vezes ao veterinário (ou não aguentará mais muito tempo não se alimentando corretamente). 

Muitas vezes precisamos repetir exames em um curto espaço de tempo humano, porém este tempo em dias caninos ou felinos pode ser tempo demais.

Se você quiser ver as imagens deste (e de outros) caso, vá para facebook.com/UltrassomVeterinario e cheque a postagem do dia 18 de julho. Se preferir me procure no Instagram @ultrassom.veterinario e veja outras coisas que eu sei fazer ;)

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