Pular para o conteúdo principal

Insuficiência renal crônica acompanhada de hidronefrose em um felino




Este paciente de 14 anos de idade apresentava deformidades faciais devido a um carcinoma espinocelular na região buco-nasal e já havia sido submetido a diversos procedimentos de criocirurgia para remoção de neoplasias no local. Nas vésperas de uma nova intervenção cirúrgica, os resultados dos exames de rotina para se certificar da capacidade renal do paciente para receber medicações anestésicas apontaram para um aumento da uréia e da creatinina séricas.

Encaminhado para um exame ultrassonográfico, as imagens obtidas durante a avaliação mostraram rins severamente afetados em sua arquitetura, porém, sem aumento ou diminuição do tamanho. O esperado em casos de insuficiência renal crônica seria uma diminuição generalizada do tamanho dos rins, porém, nesse caso, o que foi observado foi um aumento concêntrico da camada cortical e a destruição dos cálices renais, o que ocasiona a imagem do rim esquerdo, totalmente hidronefrótica. A urina coletada por cistocentese guiada era bastante límpida, porém extremamente diluída e de cor amarelo-claríssimo, um grande indicativo de IRC, que acompanhado da imagem de completa perda de arquitetura renal confirma aquele diagnóstico.

Comentários

  1. ESTOU COMEÇANDO AGORA COM OS MEUS US FIZ CURSO DE ABDOME E PELVE, PANCREAS E LINFONODOS . ESTOU INDO FAZER AGORA NO FINAL DO MES O CURSO DE OFTALMO.
    COMO LER O SEU BLOG TEM ME AJUDADO!
    OBRIGADA MESMO. ABRAÇOS .LUDMILLA HUMMIG
    BRASILIA-DF

    ResponderExcluir
  2. Ludmilla, como foi ótimo ler seu comentário! Espero mesmo poder ajudar.
    Se tiver alguma sugestão de conteúdo ou dúvida, não se acanhe de comentar.
    Boa sorte no curso de oftalmo!
    Abraços!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alterações esplênicas em cães

As alterações esplênicas em cães normalmente são avaliadas de maneira subjetiva pelo ultrassonografista, já que existe uma variação de porte do paciente bastante grande. Ao contrário da esplenomegalia em felinos, que pode ser observada pelo aumento longitudinal do órgão, esta afecção em cães é comumente constatada pelo aumento transversal do mesmo.  Muitas são as causas da esplenomegalia, sendo importante destacar as hemoparasitoses, as parasitoses intestinais e epiteliais severas e as doenças endócrinas como hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus.  Além do tamanho, o ultrassonografista deve estar atento à ecogenicidade esplênica, que de acordo com o macete "My Cat Loves Sunny Places" (M=medulla; C=cortex; L=liver - fígado; S=Spleen - baço; P=prostate) deve ser discretamente mais hiperecóica que o fígado e um pouco mais hiperecóica do que a camada cortical dos rins.  Outro aspecto importante é a ecotextura deste órgão, sauda

Piometra de coto uterino - algumas apresentações

As imagens acima foram obtidas em exames ultrassonográficos diferentes de algumas pacientes da espécie canina; elas representam algumas formas de apresentação da afecção infecciosa de coto uterino. Note os tamanhos variados de coto, a quantidade e as ecogenicidade e ecotextura variadas.  Esse é um quadro mais comumente observado em paciente da espécie canina e normalmente os sinais aparecem poucos dias após a ovariosalpingohisterectomia (OSH). A explicação para esse acometimento para estar na frouxidão do miometro previamente dilatado pela gravidez, piometra ou cio, combinada ao excesso de tecido uterino deixado pelo cirurgião. A existência prévia de piometra não é um fator totalmente predisponente à formação de piometra de coto uterino, porém pode ser um agravante.

celularidade na bexiga urinária

Nessa foto podemos observar perfeitamente a bexiga urinária, muito cheia, formando um globo anecóico, ilustrando o que se chama de "bola de natal", pois a semelhança da imagem com o brinquedo é inegável. Os pontos hiperecóicos observados flutuando em meio ao líquido (anecóico) são os debris celulares ou pequenos cristais de oxalato ou estruvita ou até mesmo coágulos (a distinção de um ou outro é muito sutil, mas costumo dizer que os cristais são mais "brilhantes" em relação às outras possibilidades e os coágulos os mais hipoecóicos relativamente. Quando maiores, os cristais ou estruturas calcificadas causam a formação de sombra acústica). Para se obter essa imagem deve-se fazer a manobra de balotamente da bexiga, que consiste em posicionar o transdutor sobre a mesma fazendo movimentos rápidos de modo a chacoalhar o abdômen e consequentemente o conteúdo intravesical, levantando possíveis materiais sólidos.. Neste caso os cristais eram de estruvita, mais comu